quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Importância dos Jogos Musicais



A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS MUSICAIS


A importância dos jogos vem de tempos remotos (Platão, Aristóteles, Montaigne), mas Froebel foi quem introduziu essa forma de aprender no currículo da Educação Infantil e hoje utilizamos diariamente em nossas escolas.
Para Campagne (1989) o jogo envolve dois aspectos:
 - função lúdica: quando escolhido livremente para diversão, prazer e até para lidar com as frustrações da perda.
- função educativa: utilizado para ensinar o indivíduo em todos os aspectos e para sua compreensão de mundo.
O educador tem o papel de manter o equilíbrio dessas funções, incentivar os alunos a participar das brincadeiras, como também acompanhá-los brincando com prazer.
Alain (1957) enfatiza o jogo como aprendizado pelo erro e consequente busca de soluções.
Chateau (1987) menciona o aspecto do aprendizado moral, cumprimento de regras e integração do grupo.
Kishimoto (2003) diz que o jogo tem dois sentidos:
- sentido amplo: como meio de exploração dos locais organizados pelo professor, com o objetivo de desenvolver de forma global o indivíduo;
- sentido restrito: como situações que necessitem de orientação para a aquisição de alguns conteúdos e habilidades intelectuais. Com essa função é chamado de jogo didático.
Por possuir elementos do cotidiano se torna muito mais fácil aprender por meio dos jogos, pois desperta o interesse da criança, que se torna sujeito ativo no processo. Produz também excelentes resultados psicomotores e agrega conhecimento.
Se o aluno se envolver no planejamento, elaboração e no jogo em si, os objetivos se ampliam para o exercício e o desenvolvimento de habilidades, como meio de evitar doenças e distúrbios de aprendizagem ou comportamento, assim como terapia de tais distúrbios.
Dessa forma a utilização dos jogos na educação musical assume papel importante principalmente no início da musicalização.
           Para crianças pouco estimuladas ou com baixa autoestima, a participação ativa em jogos musicais é bastante gratificante, pois ela não somente aprende e se diverte, como desenvolve o aspecto físico, mental e psíquico, atuando de forma mais íntegra na família e na sociedade.
           Para Luiz Roberto Perez, maestro formado pela Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo) os efeitos da música sobre nosso equilíbrio emocional e nosso corpo são evidentes. Além de ter o poder curativo ela também tem a força de agir como prevenção de doenças físicas e emocionais.
Pedagogicamente falando, através da utilização dos jogos na música, também percebemos que podemos atingir os alunos rapidamente e de forma mais abrangente, inclusive adaptando as atividades para alunos com maior comprometimento de desenvolvimento. Crianças com problemas de comportamento e integração também se beneficiam das atividades musicais melhorando significativamente.
Portanto devemos tomar alguns cuidados para atingir nossos objetivos sem ferir a individualidade de nossos alunos. Com isso em mente e para melhor aproveitamento das aulas é necessário ressaltar alguns pontos:
-  respeitar as limitações de cada um e procurar o potencial a ser explorado em todos.
- para trabalhar com o aluno em sua totalidade, é necessário usar a criatividade na escolha de atividades, para atingir as necessidades da turma.
- estimular a capacidade criativa dos alunos.

          Os jogos musicais portanto:
- ajudam no desenvolvimento natural das crianças.
- aliviam a tensão interior.
- proporcionam grande prazer, pelo aspecto lúdico e desafiador.
- promovem a reeducação do comportamento aumentando a disciplina.
- aumentam a autoconfiança.
- transferem os comportamentos instintivos para outros interesses.

A seguir sugerimos algumas atividades e adaptações de atividades comuns em aulas de musicalização:

Canto de entrada
Objetivos: apresentação e socialização, noção de tempo e espaço.
Música: Alô
Procedimento:
- ao som da música as crianças andam se movimentando pela sala e ao chegar o momento do cumprimento, elas dão as mãos e se abraçam com o colega que estiver a sua frente. Repetem várias vezes.
- repetir a atividade, mas dessa vez ao término da música deverão estar em seus lugares ao término da música.

Improvisação com instrumentos
Objetivos: percepção auditiva, identificação de timbre, criatividade, atenção.
Música: Chuva caindo
Material: instrumentos de bandinha
Procedimento:
- os instrumentos deverão estar espalhados pela sala no meio da roda de crianças.
- ao som de uma música as crianças andam pela sala. Quando a música para as crianças igualmente param e ficam em frente ao instrumento mais próximo (os instrumentos escolhem as crianças).
- não deverão tocar nos instrumentos até que algum som seja requisitado.
- acompanhando a música deverão criar sons da chuva (folhas caindo, pingos, vento, chuva forte, latinhas e objetos rolando no chão, etc.).
- esses instrumentos poderão ser substituídos por objetos de sucata como saquinhos plásticos, chaves, tampinhas de refrigerante, folhas de radiografia, potinhos com pedrinhas ou algo parecido dentro, etc.

Jogo da memória
Objetivos: percepção auditiva e timbre, memória, associação, atenção conceitos de igual e diferente.
Material: pares de potinhos com sons iguais e outros bem diferentes.
Procedimento:
- as crianças deverão encontrar potinhos com sons iguais e formar os pares.
- para crianças menores o professor pode pintar os pares com cores iguais.
- pode também ser feita uma prancha de papelão dividida em quadrados lado a lado, onde será colocado um potinho de determinada cor e a criança procura o outro e coloca ao lado do primeiro. Esse pode ser um recurso para crianças com problemas de memória e organização.

Troca troca de lugar
Objetivos: Percepção auditiva, atenção, orientação espacial, identificação de sons e timbre.
Material: Alguns instrumentos.
Procedimento:
- jogo parecido com coelhinho sai da toca, com troca de lugar nos círculos.
- o professor toca um instrumento para sair do lugar e outro para ficar (combinado antecipadamente), podendo posteriormente trocar de instrumento ou comando.
- o professor pode também tocar o instrumento sem que as crianças vejam qual é, o que exige mais atenção e conhecimento dos sons.


                                                                                             


Referências Bibliográficas:

·         LOURO, Viviane dos Santos; ALONSO, Luiz Garcia; ANDRADE, Alex Ferreira de Educação Musical e Deficiência: Propostas Pedagógicas.- São José dos Campos, SP: Ed. Do Autor, 2006.





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